terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Digo

E para tudo aquilo que digo ou faço há respostas. Controvérsia, prós, contras.
Sempre há. Sempre haverá.
Por que não apreciar?
Deixar-se levar. Aceitar, receber. Apenas ouvir.
É tão bonito alegrar-se com a vida, com os outros. Tornar-se parte e não tomar partido.
Não temos que seguir separados, também não temos que compactuar.
Basta aceitar, sorrir, respeitar.
É tão bonito não julgar. Não apontar. Abraçar.
É de dever e direito. É só não esquecer.



quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Singelo

Adormecido
Intocado mantém-se
Nada viu
Pode apenas sonhar
Não se apresse em sair
Desfrute o que ainda tens
Nunca se sabe quando
Onde ou razão
E se por acaso
Em algum momento
Assim, sem esperar
Com ela cruzar
Deleite-se, amigo
A vida o contempla
Com o que não se busca
Não se compra
Vai e vem quando bem quer

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Desabafo

Saindo de minha zona de conforto, do meu mundo suburbano, pitoresco e sem grandes expectativas, deparei-me com o mundo real. Aquele mundo onde para tudo há pressa, relógios e cifrões. Aquele onde o ser humano pouco vale se nada tiver a oferecer. Onde migalhas são jogadas, onde o chão parece um bom lugar para passar a noite não importando quão frio está ou quão forte chove, por que pode não haver outra chance. O mundo onde quem precisa não apenas tem pedir, mas também implorar, se humilhar em busca de algo que é seu por direito. Direito de um ser humano, não importando o quanto ele pode pagar por isso. E vendo esse mundo chorei, lamentei, e ao mesmo tempo agradeci. Chorei por ver meu semelhante ser tratado como nada, lamentei porque os outros não vêem ou fingem não ver. E agradeci por nunca ter estado ali. E no mesmo instante me senti culpado por agradecer por não ser eu. Mas o que há para se fazer? O que eu posso fazer? Não saber corta bem fundo na alma. Não saber mina minha fé.