sexta-feira, 22 de abril de 2016

Salto

E se eu desejasse pular?
Sem mais nem menos. Apenas o desejo de se fazer sentir. Medo, o disparar do coração.
Ele sempre esteve lá, o desejo insano. Insano, mas meu. Seu. Nosso.
Desejo de quem já quis ter o que contar. Algo para se orgulhar, sem se dar conta de que apenas sua maneira de pensar o destacava. O tornava singular. Singular como todos os loucos são e quase nunca percebem. Estão ocupados demais saltando sem razão, sem questionar.
Sem pesar por que a vida é leve quando não se tem medidas, padrões. A vida é leve quando se reserva o direito de viver cada dia sem se preocupar com o que vai acontecer. Quando se abre os olhos pronto para tudo o que possa vir.
Quando deixamos de ser estratégia e nos tornamos coração.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Certa Vez

Certa vez um sábio disse...
Não. Ninguém nunca disse coisa alguma. Tudo o que de alguma maneira chegou aos meus ouvidos não foi simplesmente dito, foi vivido. Fosse uma provação. Fosse uma situação cotidiana. Não foi dito, não foi escrito. Foi vivenciado.
Vivenciado por alguém que como eu em algum momento não soube o que fazer. Como Fazer.
Alguém que como eu esteve perdido tendo como guia as próprias palavras rabiscadas detrás de algum cartão, guardanapo, o que quer que fosse. Apenas palavras. Não tão apenas. Sentimentos. Angústia, desespero, amor e esperança. Alguns regentes de nosso dia-a-dia tão rápido e conturbado.
Alguém que se perguntou que raios estava fazendo. Alguém que decidiu que não podia mais e até mesmo aquele que decidiu tentar mais uma vez. Ficar ou partir. Insistir ou desistir. Qualquer uma dessas ações requer uma decisão. Então nada foi dito, foi feito.
Certa vez um sábio tentou... E conseguiu.