Novos Ares

Visite http://biahpribeiro.wixsite.com/andandoaoacaso

Feitas As Contas...

Quando respirar fundo uma, duas, três  vezes já não faz efeito é hora de se refazer. Quando nada parece ser capaz de tirar aquele peso do peito pergunte-se quem o colocou ali e se mereceu.
Nem sempre recebemos o que merecemos. Na verdade, na maior parte do tempo recebemos e mantemos conosco aquilo que aceitamos, sem mas. Tanto o bem quanto o mal. Tanto o amor quanto a dor. Tanto o perdão quanto a raiva. E estes últimos são os que machucam mais. Envenenam. Aconselho agora, se meu conselho lhe for de valia, que abra mão. Deixe ir. Expurgue para fora de ti todo o veneno. Ele só irá lhe puxar para baixo até que se afogue.
E então, quando o "respire fundo" falhar ouça uma canção que te deixe feliz, cante junto e dance. Corte ou pinte o cabelo, mude os móveis de lugar, doe suas roupas, faça uma faxina. Aproveite e lave sua alma. Aponte para o horizonte, onde o sol nasce e se põe, e deseje a si mesmo o que há de mais belo e puro. Isso é tudo o que você merece.

Aceitação

Nem sempre é fácil atender expectativas alheias, menos ainda as nossas próprias idealizações.
Aquela pressão para atingir tal coisa até tal dia. Aquela fixação por estar no mesmo patamar do fulano que abriu sua própria empresa, que se casou ou teve seu primeiro filho.
Todos temos nosso próprio tempo. Nossos próprios sonhos, nossos valores. Não há como e nem porquê tentarmos ser iguais ou ter as mesmas coisas apenas para satisfazer olhares capciosos. Não somos automaticamente programados, ao contrário do que se pensa. Cada um nasce para viver as próprias escolhas. Ter seus arrependimentos, suas alegrias, suas ambições.
E trago boas novas: essas coisas não são da conta de ninguém!
Sinta-se livre agora para correr atrás de seus sonhos mais loucos. Podem até ser loucos, mas são seus. Não se preocupe se eles não são convencionais, se eles não agradam à todos. O importante é estar feliz consigo mesmo, saber que fez o que pode para alcançar seus objetivos. Repousar a cabeça no travesseiro com um sorriso no rosto. Sorriso de quem venceu a vaidade e viveu pela alma.
É lindo. E faz bem.

Sem Reprimir

Sempre ouvi que deveria esquecer, deixar para trás tudo o que já me fez mal. Nem sempre concordei.
Seria ótimo poder esquecer o que nos machuca, deixar para lá, seguir em frente. Mas quando foi que ignorar resolveu alguma coisa?
É preciso sentir. Sofrer, chorar. Colocar tudo para fora de uma vez e não em pequenas doses de veneno disfarçadas de lembranças desagradáveis que nos alfinetam a alma.
Creia-me, é melhor sentir tudo de uma vez. Derrame-se, faça uma cena, o que for preciso, para só então seguir . Quando a  doer vier, receba. Dói mesmo, eu bem sei. Mas vai passar como tudo nessa vida, não se preocupe. O importante é não guardar maus sentimentos dentro de si. Só vai envenenar a ti mesmo, lentamente. E só deveríamos guardar o que é bom, o que faz sorrir.
É, acho que sou mesmo contra o esquecimento. Ou talvez apenas o compreenda melhor do que os outros. Esquecer não é ignorar. Esquecer e sentir. Esquecer é aceitar. É deixar sua alma extinguir lentamente tudo o que não é serve mais. Sem mais.

Brincando de Rimar

Sou oito ou oitenta
Não sei garoar
Sou cachoeira
Céu e mar

O vento forte
A bagunça na escrivaninha
Sem sorte
Me fiz sozinha

Batimentos rápidos
Respiração pesada
Nasci para amar
Nasci para ser amada

Sou palavras
Sou canção
Sou poesia
Sou meu próprio coração

O Que Realmente Fica...

E em meio à tanto rancor por vezes deixamos de lado o aprendizado, a bagagem.
Ninguém sai de nossas vidas deixando apenas mágoa e ressentimento. Mergulhados em um mar de coisas não ditas e outras que jamais deveriam ter cruzado a fronteira de nossos lábios acabamos por esquecer, guardar em um compartimento secreto da alma, cada marca que aquela pessoa nos deixou.
Pode ter sido um filme, um livro, uma música. Uma palavra amiga, um colo em um momento de necessidade. Não há como fugir dessas lembranças. À cada escolha que fizeres à partir dali haverá um pouco desse alguém que ficou para trás mesmo que não perceba.
Sempre que olhar no espelho verá alguém diferente e saberá que a mudança não se deu sozinha. Somos todos uma soma uns dos outros no fim das contas. Podemos viver cinquenta, setenta ou cem anos e levar fragmentos de todos que cruzarem nossos caminhos mesmo que por um segundo. Então por que guardar rancor?
Perdoe. Não esqueça, perdoe. Saiba que errar é humano por mais doloroso que esse erro tenha sido. Somos todos falhos mesmo exigindo a todo o tempo perfeição dos que nos cercam. E leve cada acerto e cada erro consigo. Em algum momento será útil.  Em algum momento te fará sorrir. Toda ferida física seca e sara. Não é diferente com as da alma.

Falando Por Falar

De definição bem simples: querer e simplesmente ser incapaz de agir.
Por nossos medos ou por simplesmente estar fora de nosso controle. Essas coisas acontecem. Às vezes banais, às vezes perigosamente sérias. Feitas as contas cada um sabe de si. Não estamos aqui para competir o que dói mais ou pelo o que vale à pena sofrer. Cada um no seu canto e vida que segue.
Falo das frustrações da vida. Contra estas não à remédio senão deixar a poeira baixar e tentar novamente. Mesmo que doa, o importante e não deixar de insistir.
Mesmo quando te falta o ar, o vigor, o bom humor... Mesmo que muros se ergam para todo o lado que olhar. O que chamam de otimismo costumo chamar de fé. Louca, inabalável mesmo quando abalada. E talvez nada disso faça sentido. Tudo bem, existe apenas uma intenção em falar por falar.
Preencher vazios, espaços curtos de tempo dos quais precisamos para retomar o fôlego e seguir.
Apenas seguir.

Em Teu Âmago

Toma de volta tua confiança.
Sorria outra vez. Sorria com a alma. Sorria, mas sem que se desfaça diante de uma lembrança. Sorria para si mesmo.
Recorda-te de como era bom respirar fundo. Você não é metade de ninguém, nem ninguém metade é  tus. Você é inteiro! Deus não faz nada pela metade!
Relembre como era ser tua própria força, tua própria inspiração. Não dependa de ninguém para acordar sorrindo.
Mas não se isole, não viva de solidão. Não a torne tua companheira. Apenas preste atenção.
Entenda que é um individuo antes de almejar completar alguém.

Limbo

O coração suspira teu nome
O vento frio atravessa a alma
O tempo para
O olhar vagueando pelo vazio

Sinais vermelhos
Sinais de fogo
Ignorados foram
Segui por amor

Cada lembrança um açoite
Num piscar de olhos
Desapareço
Adormeço

Sinais vermelhos
Sinais de fogo
Ignorados foram
Segui por amor

Limbo

Profundamente adormecido
Imerso em sonhos, promessas
Alimentando-se de belas palavras
Vivendo de sentimentos

Ser flutuante por um tempo
Agora desce em queda livre
Não pode prender-se as lembranças
Lembranças que flutuam ao seu redor

Perdeu-se novamente
Todo encanto se fora
O reino de fantasia ruiu
A esperança seguiu o mesmo caminho

Conheces bem esta vida
Cair, reerguer-se
Ressurgir dos mortos
Para tornar a morrer

De novo e de novo
Andando em círculos
Até que não mais aguente
Coração

Pra Ser Feliz

Se ame mais,

Se doe menos,

Respire,

Siga em frente,

Espere.

Há Tanto Por Vir

Um pouco de fé nunca feriu ninguém. Mas será que a fé tem categoria, grau ou qualquer coisa semelhante?
Às vezes parece que sim. Acreditamos tanto em algo que, em algum momento deixamos de crer que não pode ser real e mesmo assim continuar acreditando.
Como podemos crer e duvidar ao mesmo tempo?
Sem notar é o que fizemos quase que diariamente. Nossa fé  pode não ser pouca, mas é curta e falha. Às vezes forte, às vezes quase desaparece. Às vezes pensamos tê-la perdido totalmente e então, de repente, ela ressurgi de algum lugar dentro de nós.
E talvez por isso precisamos tanto de livros, frases, textos perseverantes e animadores vez por outra. Precisamos que algo ou alguém acorde nossa fé em nós mesmo, que nos faça acreditar que falta pouco e que fomos longe demais para desanimar. Que somos capazes.
Podemos negar, mas cada um dentro de si sabe que a fé vai e volta. Que nem sempre nos sentimos fortes o suficiente para continuar acreditando. Mas sobrevivemos. É assim que deve ser.

Saudade

Então vem o queimor
Tudo se parte
Respiro, inspiro
Repenso

Lembranças
Lugares onde outrora estive
Desapego
Melhor não pensar

Buscando sinais
Repostas
Por mim
Dejá vu

A cura logo vem
Meu descanso,
Um sorriso
Tudo outra vez

E pertenço, dependo
Sofro,
Luto, desisto
Insisto

Até não sobrar nada de mim

Pessoal e Intransferível

Hoje me bateu uma saudade de mim...
Revirando lembranças, procurando por algo que ainda não sei, bem no fundo do baú, encontrei alguém familiar. Alguém que outrora costumava ser.
Alguém apegado a lápis 6B e canetas coloridas. Alguém que preferia passar horas perdido na fantasia, sem esforço, imaginando outro mundo e derramando-o sobre o papel.
Alguém que não tinha medo do amanhã, que não pensava em voltar atrás. Alguém que vivia o dia todos os dias.
Onde foi parar esse alguém?
Em que momento da vida trocou o lápis 6B pela caneta azul ou preta? A fantasia pela realidade? O hoje pelo o amanhã ainda incerto? A carta, o bilhete pelo email, pelo torpedo?
De maneira quase imperceptível e inevitável ele se foi. E hoje restam apenas vestígios de alguém que não volta mais. Alguém que fui antes de ser. Que deixei antes de perceber.
Espero um dia trazê-lo à tona ou quem sabe apenas suas melhores qualidade, suas virtudes. Está claro que alguns valores ficaram para trás. Só quero reencontrá-los e integrá-los outra vez a mim que até hoje não sabia sentir falta do que fui.

Longo

Sempre quis entender o porquê das mudanças e reviravoltas da vida. Jamais vi sentido em alterar qualquer coisa que estivesse funcionando. Se o está fazendo bem, feliz, satisfeito, por que mudar?
Não me ocorria que tudo o que não altera, não evolui, nem mesmo retrocede, acomoda. E acomodar nem de longe é algo que quero para mim.
O conveniente nos impede de crescer, de perceber que sempre podemos ter, ser mais. Que dar um passo à frente pode nos ensinar, mostrar algo novo.
Sim, existe o medo de não conseguir lidar, acompanhar o novo ritmo imposto, pois do jeito que estava não havia necessidade de esforço e dedicação, reflexão. Apenas reação.  E é nesse momento que escolhemos entre viver e sobreviver.
É possível sobreviver estagnado na mesmice com medo do novo. Mas só é possível viver, de maneira intensa e destemida, abrindo os braços e a mente para o que vier. Dar um passo à frente sempre que possível, não há nada além do chão, dele não passará. E cá entre nós reerguer-se conta como um passo. O mais importante e repleto de aprendizado.
Então supere. É por isso que as coisas mudam. Para que eu me supere.

Salto

E se eu desejasse pular?
Sem mais nem menos. Apenas o desejo de se fazer sentir. Medo, o disparar do coração.
Ele sempre esteve lá, o desejo insano. Insano, mas meu. Seu. Nosso.
Desejo de quem já quis ter o que contar. Algo para se orgulhar, sem se dar conta de que apenas sua maneira de pensar o destacava. O tornava singular. Singular como todos os loucos são e quase nunca percebem. Estão ocupados demais saltando sem razão, sem questionar.
Sem pesar por que a vida é leve quando não se tem medidas, padrões. A vida é leve quando se reserva o direito de viver cada dia sem se preocupar com o que vai acontecer. Quando se abre os olhos pronto para tudo o que possa vir.
Quando deixamos de ser estratégia e nos tornamos coração.

Certa Vez

Certa vez um sábio disse...
Não. Ninguém nunca disse coisa alguma. Tudo o que de alguma maneira chegou aos meus ouvidos não foi simplesmente dito, foi vivido. Fosse uma provação. Fosse uma situação cotidiana. Não foi dito, não foi escrito. Foi vivenciado.
Vivenciado por alguém que como eu em algum momento não soube o que fazer. Como Fazer.
Alguém que como eu esteve perdido tendo como guia as próprias palavras rabiscadas detrás de algum cartão, guardanapo, o que quer que fosse. Apenas palavras. Não tão apenas. Sentimentos. Angústia, desespero, amor e esperança. Alguns regentes de nosso dia-a-dia tão rápido e conturbado.
Alguém que se perguntou que raios estava fazendo. Alguém que decidiu que não podia mais e até mesmo aquele que decidiu tentar mais uma vez. Ficar ou partir. Insistir ou desistir. Qualquer uma dessas ações requer uma decisão. Então nada foi dito, foi feito.
Certa vez um sábio tentou... E conseguiu.

Só

... Mas gosto também do meu silêncio.
Dá melancolia de estar só.
Aprendi a gostar de ouvir meu próprio suspiro,
Suspiro de quem se deleita na própria companhia.

Sob o Olhar

É provável que eu já tenha dito
Muitas e muitas vezes
Sem parar
Sem pensar
Que quero
E posso ser
Quem eu quiser
Acontecer
E contigo
Estando ali
Para me ver
Me fazer sentir
Que está tudo bem
Que está tudo certo
Esse é o caminho
Estou chegando lá

Fuga

Para as páginas em preto e branco
Para linhas incontáveis
Para mundos distantes
Cabe tudo em minha mão

Para onde possa respirar
Fechar os olhos para então abri-los
Aliviar a dor
Dar lugar ao novo

Onde tocar o céu seja possível
Voar com os anjos
Lutar lado a lado com guerreiros
Ir para onde sinta o bem
Onde faça o bem

Viver de fantasia
Atravessar a eternidade
Sentir-se infinito
Tudo é possível por alguns segundos

Minutos,
Horas,
Dias,
Agora

Devaneio

Foram-se anos
Os ânimos, os amores, as dores
E continuo aqui
Divagando, vagando, sonhando
De palavra em palavra
Poesia em poesia
Vivendo de sonhos
E está bom assim,
Está bem para mim

Digo

E para tudo aquilo que digo ou faço há respostas. Controvérsia, prós, contras.
Sempre há. Sempre haverá.
Por que não apreciar?
Deixar-se levar. Aceitar, receber. Apenas ouvir.
É tão bonito alegrar-se com a vida, com os outros. Tornar-se parte e não tomar partido.
Não temos que seguir separados, também não temos que compactuar.
Basta aceitar, sorrir, respeitar.
É tão bonito não julgar. Não apontar. Abraçar.
É de dever e direito. É só não esquecer.

Singelo

Adormecido
Intocado mantém-se
Nada viu
Pode apenas sonhar
Não se apresse em sair
Desfrute o que ainda tens
Nunca se sabe quando
Onde ou razão
E se por acaso
Em algum momento
Assim, sem esperar
Com ela cruzar
Deleite-se, amigo
A vida o contempla
Com o que não se busca
Não se compra
Vai e vem quando bem quer

Desabafo

Saindo de minha zona de conforto, do meu mundo suburbano, pitoresco e sem grandes expectativas, deparei-me com o mundo real. Aquele mundo onde para tudo há pressa, relógios e cifrões. Aquele onde o ser humano pouco vale se nada tiver a oferecer. Onde migalhas são jogadas, onde o chão parece um bom lugar para passar a noite não importando quão frio está ou quão forte chove, por que pode não haver outra chance. O mundo onde quem precisa não apenas tem pedir, mas também implorar, se humilhar em busca de algo que é seu por direito. Direito de um ser humano, não importando o quanto ele pode pagar por isso. E vendo esse mundo chorei, lamentei, e ao mesmo tempo agradeci. Chorei por ver meu semelhante ser tratado como nada, lamentei porque os outros não vêem ou fingem não ver. E agradeci por nunca ter estado ali. E no mesmo instante me senti culpado por agradecer por não ser eu. Mas o que há para se fazer? O que eu posso fazer? Não saber corta bem fundo na alma. Não saber mina minha fé.